terça-feira, 31 de outubro de 2017

falo-te: das palavras vindas das vísceras, presas a fios muito finos de silêncio

[adicionava-lhes por entre vozes e dedos, o ar e a água dentro do coração dos pássaros, as histórias reinventadas em gestos e pedaços de amor]

digo-te: agora tenho medo. e tremo por entre lençóis com o cheiro do tempo da tua desordem.
por dentro de mim: o balanço das feridas, quando estou nua perante o mundo, quando silencio a vontade de te ver. quando vês mar e vento eu digo que cheira ao futuro dos dias
é a pele que se rasga. são os rios que se tatuam por entre as linhas das minhas mãos

[ a geografia dos ossos revelados à pele]


estou aqui e serei o teu alimento
estou aqui e quero despedaçar-me
naquilo que amo.