domingo, 2 de fevereiro de 2020

Eugénio de Andrade O desejo, o aéreo e luminoso e magoado desejo latia ainda; não sei bem em que lugar do corpo em declínio mas latia; bastava abrir os olhos para ouvir o nasalado ardor da sua voz: era a manhã trepando às dunas, era o céu de cal onde o sul começa, era por fim o mar à porta – o mar, o mar, pois só o mar cantava assim.
quais são as palavras certas para separar dois corpos?
Os momentos em que mais te sinto a ausência, aqui nos minutos, onde as palavras se revestem de silêncios. Apetece-me apenas dizer: tocas-me?
mudam-se as flores, mudam-se as vontades. (tens nas mãos não flores, nem vazios, mas memórias que queres converter em parágrafos de pétalas quebradas. carregas a escrita interdita de quem quer ser amor)
O rádio sempre a tocar, um coração avariado que não posso desligar. Rui Lage, A Naifa
Procura-se A última vez que o senti contraía-se e relaxava num ritmo aproximado de 100 batidas por segundo, bombeando cerca de 5 litros de sangue por minuto. Pesa cerca de 300 gramas, e deixei de o sentir há algum tempo, em Lisboa, quando mais parecia pesar uma tonelada. Oferecem-se alvíssaras a quem o encontrar. (Tania)
abraça-me. para quando a manhã crescer dos teus braços, se apague o medo com o chilrear dos pássaros.