segunda-feira, 6 de novembro de 2017

vou de encontro ao teu prazer. demoro-me no teu corpo, onde me enuncio para lá dos teus dedos - és o meu lugar encontrado, neste tempo sem tempo.
sorrio-te: a minha boca, a desenhar os pensamentos.
sussurras: com os dedos que me desenham o corpo, longos braços de rio, que alcançam as minhas margens.

[a minha boca a saber a ti, a tua boca a provar-se em mim]

amamos com a pele, com as entranhas e com as vísceras e com todo o sangue que nos corre nas veias.

e é assim, devagar devagarinho  - entras-me.




amar em tempo de poesia, é tudo conjugar - do hoje para amanhã, da esperança em suspenso para vida, do medo para o encantamento. a imprevisibilidade absoluta do movimento dos corpos
sabes, amar é cada abraço que contém em si mais beleza do que toda a filosofia do mundo. foi o teu que te amarrou à minha vida para sempre. e com ele todos os fios de escuridão do mundo desapareceram.