tenho-te na pele como voz
que ainda não tive tempo de despir
faço uma pausa, escolho um vestido novo
mas mesmo assim fico um adereço imperfeito
no teu esquecimento
Maria Sousa
domingo, 5 de agosto de 2018
Não digas que eu não estava à janela,
que não foi para ti o que não viste.
Há tanta coisa que não sabes, não digas.
Um dia ver-me-ás à janela de ontem
com a roupa que hei-de vestir amanhã.
Até lá pensa que me sonhaste. Nem eu mesma sei
O que fiz nesse dia. Mas a janela guarda os meus dedos
Como tu me guardas. O tempo é uma invenção recente.
Era uma vez essa mulher que viste. Retira o vidro,
A moldura, e não te esqueças de abrir o horizonte.
Rosa Alice Branco
que não foi para ti o que não viste.
Há tanta coisa que não sabes, não digas.
Um dia ver-me-ás à janela de ontem
com a roupa que hei-de vestir amanhã.
Até lá pensa que me sonhaste. Nem eu mesma sei
O que fiz nesse dia. Mas a janela guarda os meus dedos
Como tu me guardas. O tempo é uma invenção recente.
Era uma vez essa mulher que viste. Retira o vidro,
A moldura, e não te esqueças de abrir o horizonte.
Rosa Alice Branco
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