domingo, 1 de março de 2020

(_tremer_no_desfolhar_dos_teus_dedos___respiro_a_turbulência_da_vontade_como_se_fosse_sangue_do_teu_corpo___quando_no_regresso_nascem_as_palavras_que_constroem_a_cadência_dos_poemas_que_escreves_em_mim___)_____
repost às mães que nos faltam às mães que nos vão faltar a solidão e o silêncio - palavras que não te ancoram à realidade. que escrevem naufrágio nas decisões conjugadas. quando ainda há futuro em cada gesto, quando o coração sem verdade se encosta na expressão da noite. há as marés que nascem do teu olhar, das tuas mãos { que sabem a abraços } e aquietam a pele. sou daí, desse lugar estranho que é o amor, que é quase apenas um pressentimento do nosso desassossego {da nossa cumplicidade que é uma mão que se enviesa no limite das palavras}. entre a saliva e o sangue há, de certeza, muitas viagens sofridas no interior da antecipação, que é ter dos afectos o logro da inocência. o meu corpo e as palavras que dançam por entre silêncios e a solidão, que escrevem um sono que ambiciona o fim { somar à vida o sabor do futuro apalavrado }. e um dia, descobre-se algo dentro de nós, a verdade distorcida de quem somos - e dói - enquanto se suspende a respiração como se a vida já não nos pertencesse, como se o atalho mais curto para o destino se quebre, por fim, na possibilidade do regresso. o coração, que se detém no que não acontece, quando te trago tão longe daqui. o pulso, onde os dias se estrangulam em regressos. as linhas das mãos, onde se escrevem as coisas por nomear. { se eu não tivesse esta mania irritante de que tudo pode ser mais simples, e de que o recomeço é o ensaio de coisas por nomear}