sexta-feira, 20 de julho de 2018

Fui mostrar fotos antigas à Maria ( 4 anos) quando ela agarra uma do meu pai:
- mamã, o meu vôvô é muito lindo.
Comentário ( com ar muito sério) à pergunta do " porque é que achas que a tua avó casou com ele":
- Oh mamã, mas tu e a vóvó dizem que devemos casar por amor e não pela aparência...




contar-pelos-dedos
As coisas

são feitas de vidro.
Partem-se quando digo em voz alta
o teu nome. Nome de todas as coisas.

Inês Fonseca Santos

July 20 th 1969 : Neil Armstrong and Buzz Aldrin on Apollo 11.
Neil Armstrong became the first to actually step onto the moon six hours after landing on July 21 1969.

gelo, corante alimentar e brinquedos

Japão

Os Maias começa com uma descrição pormenorizada da casa de Família, O Ramalhete. Desde os azulejos ao tapete nada falta, tenho a ideia que é nesse capitulo que muitos alunos desistem, um capitulo inteirinho sem dragão, vampiros, lobisomens, feiticeiros ou mutantes.
Quanto à família, trata-se de Afonso da Maia, patriarca, e o seu neto, Carlos, o velhote cheio de bons princípios, para trás sabemos que o rico Afonso da maia esteve metido na Guerra entre liberais e Miguelistas, que se auto exilou em Inglaterra, com a sua ultra beata esposa e o seu franzino filho Pedro. Descurou a educação de Pedro e deixou que o mesmo fosse criado agarrado às saias da mãe, saindo um ser inseguro cheio de ideias parvas.
A mais parva das ideias foi apaixonar-se por Maria Monforte, filha de um negreiro, bonita como o raio, mas uma estoura-vergas, o acto de rebeldia de Pedro foi exigir a herança e casar contra a vontade de Afonso. Pai e filho não se falaram um porradão de tempo!
Durante o casamento Pedro enche a mulher de luxos, ela tem uma filha linda de morrer, Eduarda, estoira o dinheiro em vestidos e joias, tem um filho, Carlos, apaixona-se por um nobre de pechisbeque, com quem foge, levando a miúda, porque o Carlitos ainda usava fraldas.
Afonso recebe o filho e o neto, Pedro dá um tiro na mona, morre e o avô dedica-se a criar o neto longe de sacristias, com professor privado inglês e aulas de ginástica.
Carlos forma-se em medicina, em Coimbra, a gastar do bem bom do velhote, a ter amantes e ser o moço mais cobiçado das queimas das fitas.
No Ramalhete, começam outro tipo de vida, Carlos é bonito, rico, de bom gosto, ainda tem uma aventura com uma senhora Condessa, mas fica perdido quando se cruza com uma mulher linda, aparentemente casada com um brasileiro cheio de papel, com uma filha adorável, um cão de raça e uma perceptora inglesa.
Acabam por se conhecer, apaixonar, dar umas quecas enquanto o brasileiro estava fora em negócios, quando este volta diz a Carlos que não é casado com a moça, é só amante, a filha não é dele, é de outro, e que lhe deixa os restos.
Ela conta-lhe a vida dela, uma coisa para três ou quatro novelas, de fazer chorar as pedras da calçada, Carlos aluga uma Quinta nos arredores de Lisboa, nos Olivais, e está disposto a amaciar o avô e casar com ela.
Uma noite cruzam-se com o poeta louco, Alencar, que tem fatos da Modalfa a fingir Armani, escreve versos da treta e a barba mal tratada. Mas foi amigo de Pedro da Maia e da sua mulher e entrega a Carlos uma caixa de charutos que a mãe deixou com uma serie de tralha e diz eu fica muito feliz por Carlos se ter reconciliado com a irmã…
A partir daí é uma treta, Carlos abana e não sabe se vá dizer á amante que é mano e deixar de dar quecas ou antes pelo contrário, até se decidir dá umas quecas com ela.
O velhote sabe de tudo e pumba morre com o desgosto de ver os netos em tal pouca vergonha, Carlos confessa á moça que é seu irmão, Eduarda e Carlos separam-se, ela recebe a parte dela da herança e vai para o estrangeiro, Carlos fica em Lisboa.
No final do livro Carlos e o seu amigo Ega decidem que não vale correr para nada neste mundo, depois correm para apanhar o elétrico.

Ana Porfírio