quinta-feira, 15 de março de 2018

CHOCOLATE SALTED CARAMEL PAVLOVA

http://www.milk-honey.co.uk/chocolate-salted-caramel-pavlova/

PREP TIME
20 mins
COOK TIME
2 hours
TOTAL TIME
2 hours 20 mins

Serves: 8
INGREDIENTS
200g egg whites
400g sugar
1 Tbsp corn starch (corn flour)
1 tsp white vinegar
100g chocolate, melted and cooled
125g whipping cream, softly whipped
Caramel Sauce
200g sugar
90g butter, diced
120ml whipping cream
5g sea salt
Honey roasted peanuts
INSTRUCTIONS
Pre-heat oven to 100c. Place egg whites and 350g sugar in the bowl of a stand mixer. Start to whisk on low speed (#2) for about 5 minutes. Once you have lots of little bubbles turn the mixer up to high and continue to whisk. Add the corn starch and vinegar. While the meringue is still whisking add the last 50g sugar a Tablespoon at a time and continue to whisk until you have a firm, stiff meringue mixture. Drizzle the melted chocolate onto the top to the meringue and gently fold the chocolate through.
Spoon large dollops of this meringue onto greaseproof lined baking trays. Continue to drizzle the chocolate and fold and scoop the meringue onto the trays until all the mixture is used.
Place the trays into the oven and bake for about 2 hours, or until the meringues come away from the baking paper without sticking.
For the caramel sauce
Place a pan on a medium heat and melt the sugar a little at a time until all is melted. Leave on the heat until a deep golden brown caramel is reached. In increments add the butter dice. Be very careful. The caramel will bubble and spit. Mix this in well.
Add the cream. Being very careful again with the bubbling and spitting.
Finally add the sea salt and mix.
To build the pavlovas, dollop some whipped cream onto the top of the meringues and top that with the caramel sauce and roasted peanuts.
Leave to cool before pouring this over the whipped cream.
French bread pizza

http://www.pbs.org/food/fresh-tastes/french-bread-pizza/
dá-me os teus olhos

eles são lagos, crateras de atenção, e a tua boca na minha, torna
o meu vestido num fragmento de mim,
tecido-terra por onde circula a claridade

dá-me os teus olhos

esta é a hora temperada da excepcionalidade, de um não-pensar,
via da consolação e dom, momento em que nada se disse
e não importou

dá-me os teus olhos, só assim serei alguém de amor

Ana Marques Gastão

somatognosia

onde termina o meu corpo e começa o teu

Por interstícios das malas abertas de quando éramos
crianças gritam as bocas sem nenhum eco
das bonecas.
Criaturas fictícias, escalpelizadas
e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal
lugar do coração está ainda a palpitar.
O bojo do peito de celulóide, como o meu,
pede-nos perdão pela saudade que nos devora.

Fiama Hasse Pais Brandão

a inventar palavras, a desculpar palavras


[como se fosse uma só]

recuar e avançar e recuar
derrubadas as certezas guardadas cá dentro
o mar é grande e não há só uma maré

é um partir sem realmente chegar ...

A arte de perder não é difícil de dominar;
há tanta coisa que parece conter em si a intenção
de vir a ser perdida que a sua perda não é desastre algum.

Perde qualquer coisa todos os dias. Aceita o nervosismo
pelas chaves perdidas, pelas horas mal gastas.
A arte de perder não é difícil de dominar.

Depois experimenta perder mais longe, perder mais depressa:
lugares e nomes e o destino para onde tencionavas
viajar. Nada disso provocará desastre algum.

Eu perdi o relógio da minha mãe. E, vê bem, foram-se-me as últimas
ou as penúltimas casas que mais amei
A arte de perder não é difícil de dominar.

Perdi duas cidades, ambas cidades amadas. E alguns reinos
mais vastos que foram meus, dois rios, um continente.
Tenho saudades deles mas perdê-los não foi um desastre.

Mesmo perder-te (o tom de voz irónico, um gesto que
amo) é algo que não devo omitir. É evidente
que a arte de perder não é difícil de dominar
embora possa parecer (Escreve-o!) um desastre.

[poema de Elisabeth Bishop, tradução Carlos Vaz Marques]
o medo que o coração asfixie na avidez, das mãos, as tuas
a descobrirem-me no silêncio de vaguear de mim

[como silenciar o silêncio, como parar de doer]

e a tua cabeça que é sal aninhado no meu ombro
neste tempo que se repete
à procura do que falta. só.

[ser simples ]

e adormecer até a primavera chegar.

poderia dizer-te que quando chegas com a lua no peito, por dentro do coração rebenta uma anarquia rítmica. o sangue sacode-se em vocábulos e preenche-se no indizível do vazio com gestos de ternura.
poderia dizer-te que as mãos seguem pela água e pelos dias, percorrem o destino dos silêncios sem pressa na espera, sem horário de volta.
procuro-te a vontade lenta dos beijos ao longo da pele, no molhado das palavras quando me dizes que me amas.
és a brisa, o mar e o céu onde nascem poemas a soprar o meu lado esquerdo.

e eu sou este destino, com a boca a saber a noite.

queria dizer-te - e não o disse. com o olhar de quem sabe que o ontem é para lembrar com um sorriso, e para desejar na vontade. porque me cantaste doçuras da pele, sem pressas

[vou de encontro ao teu prazer. tu, vens de encontro ao meu]

dizer-te. com as palavras para lá das palavras. que a vida é cheia de escolhas e que a pele serve de céu ao coração.


Blood vessels of a real person who dedicated their body to science for display

http://thbexhibition.com/plastination.asp
o teu corpo
o teu sorriso
o meu corpo enroscado no teu sorriso
é a nudez coberta de memórias

[permitir que o destino nos encontre, nesta noite que me brilha nas mãos]

o meu corpo. frágil na ternura do amanhecer, imita as horas em que o vento se escreve na pele.

devagarinho esperei que surgisse um poema no planar das aves.

[é a brisa a escorregar por entre os dedos]

- todos os caminhos que vagueiam nas minhas mãos, são a imensidão do mar.

vou amar-te para sempre, disse, vou esperar que o amanhecer me devolva o exemplo das águas.

vou...
e
ser.


(15/04/2017)