quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

disse-te, com estes olhos, que um dia havia de te escrever poemas, dois tons acima da pele. dos que nos nos habitam, entre o sonho e o desejo, os caminhos percorridos nos recantos do teu corpo. mora um naufrágio cá dentro, quando fecho os olhos a arriscar o fundo, quando sou a brisa que sopra do teu lado esquerdo e o sémen que semeias em mim. um dia, hei-de ser as palavras desenhadas do aprender dos silêncios, as cores que se murmuram no abismo dos teus lábios, as emoções guardadas do amor que ainda não falamos. e hei-de escrever no teu beijo, a permanência dos dedos entrelaçados e que o poema sou eu.
Santa Claws and Merry Catmas
above the clouds (San Marino’s Castle)
Yo prefiero el lenguaje de la piel
Sei shonagon tradução Maria Sousa
atropelamento Quando eles dizem "morreu rebentada por dentro" querem dizer que o coração se moveu do esquerdo ao lado direito do peito que o impacto se sentiu no pulmão onde o coração entrou e ficou escondido palpável à língua Que o fígado acidulado por um último jantar se lançou em espuma contra as costas e negra da noite ao avesso a caixa torácica perdeu o abaule o orgulho as flores como pétalas de osso quebraram por todo o dentro de cinco sentidos Em todo o caso o corpo ficou incólume sentado na estrada desviado apenas do lugar onde esteve o baque da alma Andreia C. Faria, in Flúor
Alexandre O'neill