quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Tudo o que impera pode ser despótico. A paz também. Vítor Sousa
talvez seja o entardecer dos meus gestos no teu rosto. talvez sejam as minhas emoções a repousar no regresso dos dias [no interior das coisas mais líquidas] queria tanto dizer-te que aqui se inventa o mar de volta, que se inventa o partir, para regressar. que não foi por acaso que as noites ficaram mais claras quando me lembro de cada lágrima, de cada abraço, do sonho presente na nudez da insistência do teu corpo no meu. [e também nos rios que me inundam e saciam a sede] partir, partir, aqui, para ficar. no planar das aves, na fragilidade da existência. no percorrer da água nos dedos. [e depois?] é a brisa a escorregar entre os dedos para uma nova manhã, é a imensidão do mar a asfixiar-me em infinito. ser [linha curva] só [ último fôlego] existir. e a fuga para o sonho seria apagar a memória do agora.
metades que se completam