terça-feira, 15 de janeiro de 2019
Um homem diz coisas lindas e românticas sobre a reprodução sexuada nas plantas com flor com coisas como esta:
the calyx is the bride chamber in which the stamina and pistilla solemnize their nuptials
e depois ouve destas coisas:
"a man would not naturally expect to meet with disgusting strokes of obscenity in a system of botany (...) men or philosophers can smile at the nonsense and absurdity of such obscene gibberish; but it is easy to guess what effects it may have upon the young and thoughtless" (Smellie, on The sexes of plants )
ou
claimed it to be "repugnant and immoral" (german botanist Johann Georg Siegesbeck )
Se nem para o Reino Plantae há consenso na sexualidade, como é que poderá haver entre os humanos?
dou-te de nome o poema perfeito, nos dias que trazem saudades de ti, quando o coração rebenta, por dentro de cada quinta-feira - hoje é quinta-feira - hoje os dedos tropeçam vagarosamente na ternura em silêncio da tua boca, no estremecer das palavras que dançam à altura do sonho, nos arrepios na derme.
tudo o que eu quero é escrever, da fome de te ver amparado no meu corpo
e de tudo o que permanece
de ti
em mim.
foi de repente. nasceu de um vazio o que nada importa, como se tudo o que existe se suspendesse na tua boca. nasceu de fora das coisas para dentro da memória. como se violentamente o amor nos arrancasse o medo. o amor para lembrar o amor e como ele tem feito sentido e, sem enfraquecer, nos consumisse o ar.
assim nascem as cores, assim saboreio poesias e mergulho no desconhecido. recalculo rotas aleatórias, ansiosa pela liberdade das margens do horizonte.
mas foi de repente. nasceu assim, dum olhar que volta, em dias de pássaros, quando espero os teus beijos, que me visitam as manhãs.
#um_ano_depois 14 Jan 2018
Subscrever:
Mensagens (Atom)