talvez seja o entardecer dos meus gestos no teu rosto. talvez sejam as minhas emoções a repousar no regresso dos dias, no interior das coisas mais líquidas.
queria tanto dizer-te que aqui se inventa o mar de volta, que se inventa o partir, para um regressar. que não foi por acaso que as noites ficaram mais claras quando me lembro de cada lágrima, de cada abraço, do sonho presente na nudez da insistência do teu corpo no meu.
[ também nos rios a saciar-me a sede, em cada inundação ]
partir, partir, aqui, para ficar. no planar das aves, na fragilidade da existência. no percorrer da água nos dedos. e depois?
é a brisa a escorregar entre os dedos para uma nova manhã...
é a imensidão do mar a asfixiar-me em infinito...
ser [ linha curva]
só [ último fôlego]
existir.
e a fuga para o sonho seria apagar a memória do agora.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
sábado, 28 de outubro de 2017
desfocar-te
com os dedos que escrevem linhas rectas. a direcção dos sonhos a adivinhar-se
e à mão afigura-se o que se pretende.
sobre a textura da pele, agarram-se futuros,
acende-se o lume do mundo do que se propaga - os sentimentos, medidos palmo a palmo.
quando o silêncio não é mais
do que a pausa da tua respiração
não é mais do que o verbo desfocar, nasce um poema raiz entre os meus e os teus olhos.
com os dedos que escrevem linhas rectas. a direcção dos sonhos a adivinhar-se
e à mão afigura-se o que se pretende.
sobre a textura da pele, agarram-se futuros,
acende-se o lume do mundo do que se propaga - os sentimentos, medidos palmo a palmo.
quando o silêncio não é mais
do que a pausa da tua respiração
não é mais do que o verbo desfocar, nasce um poema raiz entre os meus e os teus olhos.
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