quinta-feira, 11 de janeiro de 2018


a pele foi o tudo, pensou. e o nada - noite a olhar-me como se o mundo fosse o teu corpo - a ser palavras carregadas com o cheiro da memória. a desejar, a despir, a rasgar e amar, cheias de sexo, cheias de sangue.
a pele gasta-se, tal como as palavras. deverá ser lambida, com a língua que sabe os caminhos que se desenham nas veias. os lábios unidos na carne suspensa na tua espera. os dias a estremecerem por de dentro da pele.
e os corpos sabem onde se começam, sabem por onde começar. as mãos que se amarram a abraços , que se perdem no desejo, que se distraem com sorrisos
as mãos, as mãos que lambem a pele, e que desenham as palavras que entram dentro de mim.


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

amar-te é perder-me -  perder-me nos teus braços, onde digo o teu nome, onde renasço em cada ausência de ti. amar-te é encontrar-me, no teu abraço  e sentir o tamanho da tua ternura a correr à flor da pele.





Receita:
Vidro, muito vidro
moído.

Consumido
vagarosamente.

A melhor dieta
para deixar o poeta
transparente.

Cláudio Lima.           



na distância das asas abertas
quebra-se o tempo, momento.
e nunca ninguém saberá
onde se extraviou a nossa vida.

[onde sangram sorrisos, a dar som aos silêncios ]
Si quieres puede ser puro

 Pero para mí puro es salvaje

 Como el primer día del sol.


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

de peito cheio



Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo

 Eugénio de Andrade