sábado, 13 de janeiro de 2018

...É assim o mar. Vou aprendendo com as ondas
a desfazer-me em espuma. Há sempre uma gaivota
que grita quando estou perto, sempre uma asa
entre o céu e o chão da casa. Mas nada me pertence,
nem as palavras com que cimento as horas.
Talvez o amor seja uma pequena diferença entre fusos
horários (...) que só existe
no fundo da pele. Mas aqui onde não sou
o que me funda é a certeza que existes.

Rosa Alice Branco

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

quero lembrar-me de ti [sempre] assim

(crying is OK here)
deixaste-me sobre a pele um rasgão que já não dói. mas quando a memória da noite consegue trazer-te intacto, fecho os olhos, o corpo e a alma latejam de dor.


Al Berto


como pano-cru eu ainda estou por acabar ". 

Sérgio Godinho.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

« Faite l’amour pas la guerre. Enfin non… L’amour ça fait des gosses qui crient et qui sont chiants. Faite des crêpes, c’est bon les crêpes ! »


Queria os teus olhos a fecharem-se comigo por dentro e tu por dentro de mim.

Queria de ti um minuto. Um minuto.

Filipa Leal



Por um desvio semântico qualquer, que os filólogos ainda não estudaram, passámos a chamar manhã à infância das aves.
De facto envelhecem quando a tarde cai e é por isso que ao anoitecer as árvores nos surgem tão carregadas de tempo.

(Fruto, Carlos de Oliveira)