domingo, 11 de fevereiro de 2018

Quando amanhece penso:
Encontro-te no vento
virás abraçar-me como os ramos da árvore
e chegaremos ao coração da cidade

Ao meio-dia sei:
A distância do meu corpo ao teu grito
corresponde à do teu sopro ao meu ouvido -
eis a anatomia do silêncio

De tarde fico exausta:
Circulo pelas ruas e roço-me nas praças

À noite adormecemos:
Será que te lembras? será que me lembro?

Amanhã alegro-me de novo:
Imagino a floresta, parto o espelho
e recomeço a ir ao teu encontro.

Teresa Balté

tu
aqui
na minha boca

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

"tive muita sorte contigo embora
te tenha escolhido a dedo
mas o meu dedo é pouco ajuizado
em suma não é de confiança
mesmo que saiba melhor do que eu
as coisas acontecem àqueles que acreditam
no alcance de um dedo bem apontado"

Bénédicte Houart

( trad. Maria Sousa)

flying
queria dizer-te um poema de vento
onde coubessem as verdadeiras raízes da memória
as grandes verdades do amor
a subtileza das minhas mãos ao tocar as tuas,
ainda os rios
os rios amor
e o doce néctar das auroras.

as palavras ocupam o espaço do silêncio.

Susana Miguel

há desertos por dizer.
esquecemos-nos tantas vezes dessa hora.

Susana Miguel

“Amaneceré en tus labios, ... y escribiré poemas en tu piel…”