disse-te: tudo é assim, nos cheiros que são sombras quando a ausência rima no final do dia e o sorriso adormece a querer ser poema.
é verdade: guardo a tristeza nas horas voláteis da pele adormecida em sorrisos tímidos e palavras prenhes de silêncios anónimos.
demoro: entre a fraqueza dos dias a descer pelas margens da ternura, o riso aprendido entre a fala e a importância dos dedos.
[os corpos despidos da razão a fugir pela porta do fundo do coração]
demoro entre duas memórias que não sabem digerir a leveza do amor.
abraça-me,
por favor.
(23 de Março de 2017)
sexta-feira, 23 de março de 2018
quarta-feira, 21 de março de 2018
Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.
No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida
foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama
e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
Maria do Rosário Pedreira
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.
No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida
foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama
e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
Maria do Rosário Pedreira
Gostava de dizer-te primeiro como é o teu corpo. De como do teu corpo brotam flores.Em seguida, traçarei um caminho sem te desflorar. Vou ver se consigo. Adiante regarei as flores que precisarem. Entretanto falo-te do meu corpo, conforme for relevante. Se tiver tempo falar-te-ei dos frutos.
Joana Serrado
Joana Serrado
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