Há meses que vivo rodeada
por uma substância negra e pegajosa
que invadiu a minha casa. As paredes,
o chão, as janelas e os móveis,
a comida, os livros e a roupa,
o teclado do computador, as plantas,
o telefone… Está tudo impregnado
com este pez escuro, o mesmo que respiro
e que me mata pouco a pouco.
Dizem que os venturosos e os néscios
chamam melancolia a esta porcaria
que apodrece o coração e asfixia a alma.
Amalia Baustista
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
dou-te de nome o poema perfeito, nos dias que trazem saudades de ti, quando o coração rebenta, por de dentro de cada quarta. - hoje é quarta (meu amor) - hoje os dedos tropeçam vagarosamente na ternura em silêncio da tua boca, no estremecer das palavras que dançam à altura do sonho, nos arrepios na derme.
tudo o que eu quero é escrever, da fome de te ver amparado no meu corpo
e de tudo o que permanece
de ti
em
mim
Parabéns, meu amor
( Mont-Treblant, Canadá)
tudo o que eu quero é escrever, da fome de te ver amparado no meu corpo
e de tudo o que permanece
de ti
em
mim
Parabéns, meu amor
( Mont-Treblant, Canadá)
monachopsis
n. the subtle but persistent feeling of being out of place, as maladapted to your surroundings as a seal on a beach—lumbering, clumsy, easily distracted, huddled in the company of other misfits, unable to recognize the ambient roar of your intended habitat, in which you’d be fluidly, brilliantly, effortlessly at home.
n. the subtle but persistent feeling of being out of place, as maladapted to your surroundings as a seal on a beach—lumbering, clumsy, easily distracted, huddled in the company of other misfits, unable to recognize the ambient roar of your intended habitat, in which you’d be fluidly, brilliantly, effortlessly at home.
domingo, 2 de setembro de 2018
.
sexta-feira à noite
os homens acariciam o clítoris das esposas
com dedos molhados de saliva.
o mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro, papéis, documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.
sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pénis.
o mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.
sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado.
Marina Colasanti
sexta-feira à noite
os homens acariciam o clítoris das esposas
com dedos molhados de saliva.
o mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro, papéis, documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.
sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pénis.
o mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.
sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado.
Marina Colasanti
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