quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Zygmunt Bauman (19 de Novembro de 1925 - 9 de Janeiro de 2017)
Solar Eclipse, from the International Space Station.
Mr. Poe

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Há livros que falam baixinho, há livros que falam alto. Uns têm por si o encanto outros a força. Às vezes as palavras murmuradas impressionam mais: passado tempo ainda acordam em nós fibras adormecidas. Raul Brandão
“Eu disse: Agarra a minha mão. Por favor agarra a minha mão com a tua. Antes de te olhar, antes de descobrir a tua cara, os teus olhos, a tua perplexidade, antes de te olhar pela primeira vez, antes de te olhar, antes de mais nada, agarra a minha mão. Recebe a minha mão. Dá-me a tua mão. E tu não hesitaste e não perguntaste e não analisaste e não fizeste contas à vida. Sorriste só. A minha mão esquerda e a tua mão direita. Duas mãos segurando-se uma à outra. Duas mãos a dançar. A tua mão grande, os dedos compridos, esguios, firmes, a agarrarem a minha mão com força, a pegarem e a largarem e a apertarem outra vez e a fazerem vibrar todos os nervos do meu corpo e a darem mil voltas por trás e pela frente e pelos lados, os teus dedos entrelaçados com os meus, a abraçarem, a colarem as nossas mãos. E depois, as mãos soltas e os dedos a desbravarem os secretos caminhos entre as linhas da vida nas palmas das mãos e os braços e os antebraços nus a acompanharem a dança. São precisos dois para dançar o tango. Não era uma valsa, não. Era um tango. Um tango argentino dançado na perfeição pelas mãos de dois desconhecidos. Sem palavra alguma. nenhuma era precisa. Duas mãos a dançar. Dois estranhos segurando-se pelas mãos. Duas mãos a fazerem amor. As mãos de dois estranhos faziam amor. As mãos faziam amor. Faziam o amor.” in Mãos, Asfixia, Pedro Paixão
"A vida é um sopro." Oscar Niemeyer