sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
poderia dizer-te que quando chegas com a lua no peito, por dentro do coração rebenta uma anarquia rítmica. o sangue sacode-se em vocábulos e preenche-se no indizível do vazio com gestos de ternura.
poderia dizer-te que as mãos seguem pela água e pelos dias, percorrem o destino dos silêncios sem pressa na espera, sem horário de volta.
acendes as horas e eu procuro-te a vontade lenta dos beijos ao longo da pele, do molhado das palavras quando me dizes que me amas.
és a brisa, o mar e o céu onde nascem poemas, quando me sopras do meu lado esquerdo.
e eu sou este destino, com a boca a saber a noite.
8 de Fevereiro de 2018 com Jorge Forreta
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Era uma vez duas palavras que são como lugares mal situados: "estás presa", diziam-lhe - "deixaste o coração muito para lá dos dedos". no corpo crescem segredos das horas que constrangem. a rasgar as certezas quando as tuas mãos se agitam em saudade no meu peito. as palavras, à solta, que são os tons da tua voz que ainda não sei como escrever, nesta morada sem tempo. persistir entre a realidade dos dias e a promessa do mar imenso - a ânsia das marés, a escrever que nada importa. e que tudo o que existe se suspende na poesia da tua boca.
7 de Fev 2017, com Jorge Forreta
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