há mulheres que carregam por de dentro dos olhos os beijos entre beijos, a morrerem no avesso da espuma dos dias.
as mulheres com a ternura a aflorar à boca, em cada sílaba invisível dum poema feito mar e vento
[ à margem dos dias, a desaguar no céu inteiro ].
as mulheres e o poema. a trocar de pele nos dias que são alimento - aflorar à boca a subtileza das mãos que se tocam, a desprender-se o músculo do tempo a separar-se.
as mulheres com desertos por dizer
[ carregados por de dentro da margem do que olham]
sem saber como silenciar a sofreguidão, nem como respirar a pele
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