mora um silêncio dentro de mim, onde habita o sonho e o pesadelo, as marés e os ventos. disse-to, com os olhos a fecharem-se, que naufragava sempre que arriscava o fundo, no abismo dos teus lábios. para além do que é não saber, a tentação em queda livre.
demora-se muito tempo este aprender de silêncios, a permanência de paisagens devastadas por um corpo.
[era o tempo dos dedos entrelaçados e das lágrimas, que se oferecem quando os corpos permanecem num só]
eu sei, eu sei que um dia hei-de escrever poemas na tua pele,
[mas talvez te peça emprestadas as palavras, de memória e ternura]
para que regresse sempre a quem sou.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
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