há a memória dos sorrisos em que flutuámos nesses dias, leves com os corpos em água e sal. e lembro-me que existiu muito mais do passar das horas, quando o desejo e a vontade habitava os nossos dedos.
olha aqui as minhas mãos e a minha boca - disseste-me. traduzidas em palavras. cada uma delas costurada por mim, com o cuidado dos pontos. as mesmas que ando a despejar, uma a uma pelo silêncio, quando tudo se atrofia perante a tua ausência.
o sussurro macio do vento, dos poemas feitos com as sobras do desejo, no olhar a perder-se de vista nos pássaros a sobrevoar o rio. os segredos a subirem na curva ondulada do meu pescoço, sublimes., a rasgar-me em profunda melancolia.
ai e eu tenho tantas saudades, meu amor. dos teus beijos. no meu pescoço.
(6 de Julho de 2017)
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