quarta-feira, 17 de outubro de 2018

[antes de entrares] existe um tempo de lágrimas que não deverão ser faladas. doem-me as noites em que o avesso da história dos teus braços se ausenta. consentimos na persistência da memória. somamos à vida a ternura do mar que começa. respira-se com outra cadência: são os dias a encolher nas mãos, é a doçura das palavras presas ao rodapé do teu corpo. o mundo que acontece dentro dos versos, é o teu rosto encostado na expressão das noites, é toda uma vida construída nas ruas que nos percorrem. novamente, preciso de uma pele para escrever que silencio a vontade pelos recantos da vida.

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