domingo, 6 de outubro de 2019
estou aqui a ser a tua ausência. pesas-me nos lábios como se nascesses de novo de uma metáfora antiga. as mãos abertas [as tuas, as minhas], para conseguir-te mais dentro do vento a atravessar a pele. é a água que sai do corpo e é um rio, é o teu nome, a memória e as horas no desapertar do abraço. dispo-me de ti numa língua que o meu corpo entende. apago a memória do agora, com as palavras a rasgar até ao osso. és o indicativo do verso que declino por dentro da pele, em fome e sede, no poema que nasce no céu da boca. do peito que fica cheio
[é difícil o respirar]
quando cravo os dedos
[gastos]
, na escrita que irrompe voraz no teu corpo. escrevo a língua dos vocábulos, a sílaba do amor quando o verso cresce em paredes que me derrubam.
para conseguir-te mais dentro - do poema.
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