sábado, 28 de outubro de 2017


respira ação. quando os pulmões ganham gestos vegetais e gritam ao mundo: fotossinto-te

abraça-me. para quando a manhã crescer dos teus braços, se apague o medo com o chilrear dos pássaros.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Vasco para Jorge Santos Forreta:  " - pai, tu tens 100 anos?"
Marcelo Testa para mim, ao ver-me tirar a foto: " - mãe, pareces uma senhora velhinha com esse cabelo branco!"

Andamos nós a alimentar esta malta para ouvir isto...
...
..
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#ninguém_merece
How much do I love you? 
How high is the sky? 
How deep is the ocean? 
How much do I travel, to be where you are?

(Billie Holiday - How Deep Is The Ocean)





há mulheres que carregam por de dentro dos olhos os beijos entre beijos, a morrerem no avesso da espuma dos dias.
as mulheres com a ternura a aflorar à boca, em cada sílaba invisível dum poema feito mar e vento

 [ à margem dos dias, a desaguar no céu inteiro ].

as mulheres e o poema. a trocar de pele nos dias que são alimento - aflorar à boca a subtileza das mãos que se tocam, a desprender-se o músculo do tempo a separar-se.

as mulheres com desertos por dizer 

[ carregados por de dentro da margem do que olham]

sem saber como silenciar a sofreguidão, nem como respirar a pele

quinta-feira, 26 de outubro de 2017


livrai-me, senhor,
de tudo o que fôr
vazio de amor.

Carlos Queiroz
.
uma vez, era uma vez. uma história cheia de regressos. dum corpo aprisionado na nudez, pela inquietação que o percorre em palavras a ecoar na dor.

[ trezentos e sessenta e cinco tempestades, beijos e sonhos guardados nas mãos, a gritar que há toda uma vida para viver ]
 
são estes os dias
em que as marés são como o apressar duma enchente.
em que o coração dissonante me salta pela boca. 
em que fico a observar os ventos que me nascem dos dedos, e lutam para não perder a memória de todos os dias onde te guardo nos lugares felizes.

[tudo sem respirar]

depois passo as mãos pelo cabelo, com os dedos ainda manchados pela ausência.
é quando suspiro fundo e faço novamente pergunta:
então e o amor?

- uma vez. era uma vez -