terça-feira, 28 de novembro de 2017


sabes, tenho tanto para dizer. é o meu corpo coração que entre uma batida e a outra altera o ritmo. deixou de aprender a respirar o sangue, de emoção em emoção nas veias mal dormidas. sabe o seu caminho, o turbilhão das extrassístoles a castigarem o compasso da monotonia. 
sabes, a pele que o veste com os  silêncios desmesurados que se instalam,  tem um mundo a rodar para dentro - a rota redireccionada,  o rumo preciso na mesma medida do comprimento de onda do que é suposto. 
Amo-te.  alimento-me da solidão que se abraça em desígnios.  estou presa por uma fímbria invisível a um casulo de vulnerabilidade.  a felicidade é no regresso dos dias,  percorrer com os meus dedos dormentes, pequenos precipícios da tua pele - milímetro  a milímetro.
abraçar o destino e esperar o teu beijo,  no exacto momento entre o passado e o futuro.




segunda-feira, 27 de novembro de 2017


coisas que fazem o coração bater mais depressa

domingo, 26 de novembro de 2017

o mar... marés de poesia, silêncios com sabor a sal.


amar em tempo de poesia, é tudo conjugar - do hoje para amanhã, da esperança em suspenso para vida, do medo para o encantamento.
sabes, amar é cada abraço que contém em si mais beleza do que toda a filosofia do mundo. foi o teu que te amarrou à minha vida para sempre. e com ele todos os fios de escuridão do mundo desapareceram.
sabes, amar é dar-te a mão e regressar contigo onde pertenço, algures em mim, na imprevisibilidade absoluta do movimento dos corpos...
amar em tempo de poesia é morder a doçura das palavras que me escreveste na pele, que é como quem diz: -"gosto de ti"!
guardo em mim o silêncio do teu nome e das tuas certezas, e os teus sonhos no espaço dos meus.
foge-se no silêncio dos dias que não se aceitam em cada olhar 

{ a respiração na pele a fazer de nós prisioneiros}

no lado duro da dor, 
despe-se o verde permeável dos olhos
rasga-se a pele em palavras dobradas
vomita-se poesia a chamar-se ausência

{ é a espera e a demora}

rouba-se o coração ao fechar das pálpebras
ao desalinho das palavras que não se esperam

{ as mãos, a adormecerem em cada sílaba}

há dias em que não viajo para a tranquilidade
há dias em que me resguardo onde não exista quem me traduza

. porque já não me basta o meu reflexo
"Ó paizinho que não consigo"