foge-se no silêncio dos dias que não se aceitam em cada olhar
{ a respiração na pele a fazer de nós prisioneiros}
no lado duro da dor,
despe-se o verde permeável dos olhos
rasga-se a pele em palavras dobradas
vomita-se poesia a chamar-se ausência
{ é a espera e a demora}
rouba-se o coração ao fechar das pálpebras
ao desalinho das palavras que não se esperam
{ as mãos, a adormecerem em cada sílaba}
há dias em que não viajo para a tranquilidade
há dias em que me resguardo onde não exista quem me traduza
. porque já não me basta o meu reflexo