sexta-feira, 2 de março de 2018

undress your conscience
soluço pequenas anotações, na margem de um sonho, num traço pungente como as certezas. não sei mais que isto. levas-me tudo. as letras que compõem, em rigor, o nome do meu lugar, no todo e em ti. gotas de azul maceram pétalas depostas pela visita do medo e de todas as forças incontidas da saudade. levas-me. não há dedos capazes de varrer mapas, pontos cardeais e azimutes. não há tempo pregado ao frémito cardíaco. e começo a compreender que não é sobre morrer, é sobre partir; que não é sobre nascer, é sobre ficar. num sobressalto transparente os dias vão abrir-se num poema, porque a vida carrega-la nas mãos e o céu está logo acima de um grande coração em construção.

(ana na tarte)


(...)
Sou rainha de todos os meus
pecados esquecidos. Ainda estou perdida?
Em tempos fui bonita. Agora sou eu própria.

Anne Sexton
"Aquele que gosta de cerejas cedo aprende a trepar."

quinta-feira, 1 de março de 2018

they're still there
A Boneca de Kokoschka
Afonso Cruz
amartemuitotantoprofundo   sem pontos   sem vírgulas