sexta-feira, 2 de março de 2018

soluço pequenas anotações, na margem de um sonho, num traço pungente como as certezas. não sei mais que isto. levas-me tudo. as letras que compõem, em rigor, o nome do meu lugar, no todo e em ti. gotas de azul maceram pétalas depostas pela visita do medo e de todas as forças incontidas da saudade. levas-me. não há dedos capazes de varrer mapas, pontos cardeais e azimutes. não há tempo pregado ao frémito cardíaco. e começo a compreender que não é sobre morrer, é sobre partir; que não é sobre nascer, é sobre ficar. num sobressalto transparente os dias vão abrir-se num poema, porque a vida carrega-la nas mãos e o céu está logo acima de um grande coração em construção.

(ana na tarte)


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