[saber como respirar, saber como silenciar o silêncio]
demora-se (n)a queda
desenha-se (n)a partida ao peito
descose-se (n)as noites não dormidas
[saber dos peitos que se confundem, saber dos gemidos que se desalinham]
trazer asas nos bolsos sempre que fecho os olhos e falar-te de voar. desabituar-me do penoso exercício do ensaio de palavras que escorrem em ternura. verter nas veias lágrimas, a memória dos teus lábios que sobrevive. acelerar o batimento dos dias enquanto se vendem os medos
[saber como silenciar a sofreguidão, saber como respirar a pele]
desengane-se (n)a vontade de inscrever nas veias
decomponha-se (n)o desejo de parar o rumor incessante do mar
desvanece-se (n)a pertença suspensa no fio do momento
[saber aprender a rendição do coração, saber esperar a deriva do corpo]
soletrar que sem ti as noites permanecem muito para além da escuridão, muito para além da palavra, do respirar do tempo, do beijar do silêncio no coração.
Sem comentários:
Enviar um comentário