quinta-feira, 2 de novembro de 2017



este poema começa com um homem 
na sua mesa de trabalho.

[os olhos fechados, mãos na cabeça – a inspirar profundo]

as palavras a surgirem na pele dos amantes, as historias que se esperam do ar, escritas com a saliva azul dos silêncios.

[fecha as mãos com a força de quem esquece que o mundo é de quem o diz]

era o tempo em que te bebia em tragos e dizia o teu nome, com a mesma certeza ao embarcar nos teus olhos.
o teu nome é mar, digo-te;
é rio
e
é
vento. desenhei-o com os meus dedos de arco-íris
era o tempo em que nos reconhecíamos, um no outro, pelo embate contra o nosso sopro e não pela distância que demora a apagar.

este poema que nos conta do homem que escreve, do ser transparente, e que só pode gritar-me por dentro da pele.

meu amor, sabes?
os poemas nascem das mãos que se dão.

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