quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

cerro as mãos onde te guardo. os silêncios depois da ausência, as unhas cravadas. depois da dor, o alívio

[- a história que se ouve e se continua a ouvir e ouvir, até acreditarmos que passamos a fazer parte dela]

é o dia em hora cinza-prata, a impregnar-me dos segredos que envolvem o olhar. é o corpo que fica vazio, o medo que o invade em sossegos prolongados.

[é o coração que se encontra de costas]

quero dizer-te do ruído insaciável do corpo, dizer-te da devastação da pele. viver-te por entre o cheiro do tempo que tudo sabe e nada disse. até ao breve regresso, devolver o corpo à poesia nas horas em que estar feliz é uma ferida que só o sono acalma.

[respiro-te por entre as vozes]

as janelas escancaradas, por onde entra a vida
de
mansinho.

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