terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

a pele foi o tudo, pensou. e o nada - noite a olhar-me como se o mundo fosse o teu corpo - a ser palavras carregadas com o cheiro da memória.

[a desejar, a despir, a rasgar e amar, cheias de sexo, cheias de sangue.]

a pele gasta-se, tal como as palavras. deverá ser lambida, com a língua que sabe os caminhos que se desenham nas veias.

[os lábios unidos na carne suspensa na tua espera. os dias a estremecerem por de dentro da pele.]

e os corpos sabem onde se começam, sabem por onde começar. as mãos que se amarram a abraços , que se perdem no desejo, que se distraem com sorrisos.

as mãos, as mãos que lambem a pele, e que desenham as palavras que entram dentro de mim.

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