não me peças para explicar que há um caminho e também uma espera - depois das horas, antes do tempo. não vou explicar,
[por favor, não me peças para explicar]
que te (re)conheco no mundo que acontece dentro dos versos.
[a distância entre as palavras é lavrada na pele das mãos]
tu sabias - e disseste-me- os ecos deitam-se nos cantos e acontecem em simultâneo, a noite é um país habitado onde se desenham lugares menos solitários, onde se prolonga a inquietação para além de todo o tempo.
eu sei - e disse- te - que as minhas mãos deveriam adormecer nas tuas, no fim de todas as coisas, no fim de todos os gestos.
não me peças para o explicar do corpo leve na dobra dum lençol, com cheiro de mar e ventos, dos movimentos das palavras escritas no lado quente das mãos
[do entornar dos segredos num debruçar d'horas]
não me peças para explicar a melancolia deste desejo feito azul, a corrente da maré-prenha do entardecer e a memória - fogueira acesa. e porque ficámos nus, nos detalhes por onde caminhamos.
sexta-feira, 20 de abril de 2018
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário