sábado, 12 de outubro de 2019

há mulheres que carregam por de dentro dos olhos os beijos entre beijos, a morrerem no avesso da espuma dos dias. as mulheres com a ternura a aflorar à boca, em cada sílaba invisível dum poema feito mar e vento [à margem dos dias, a desaguar no céu inteiro]. as mulheres e o poema. a trocar de pele nos dias que são alimento - aflorar à boca a subtileza das mãos que se tocam, a desprender-se o músculo que separa o tempo. as mulheres com desertos por dizer...sem saber como silenciar a sofreguidão, nem como respirar a pele

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