domingo, 26 de novembro de 2017

guardo em mim o silêncio do teu nome e das tuas certezas, e os teus sonhos no espaço dos meus.
foge-se no silêncio dos dias que não se aceitam em cada olhar 

{ a respiração na pele a fazer de nós prisioneiros}

no lado duro da dor, 
despe-se o verde permeável dos olhos
rasga-se a pele em palavras dobradas
vomita-se poesia a chamar-se ausência

{ é a espera e a demora}

rouba-se o coração ao fechar das pálpebras
ao desalinho das palavras que não se esperam

{ as mãos, a adormecerem em cada sílaba}

há dias em que não viajo para a tranquilidade
há dias em que me resguardo onde não exista quem me traduza

. porque já não me basta o meu reflexo
"Ó paizinho que não consigo"










sábado, 25 de novembro de 2017

era uma vez duas palavras que são como lugares mal situados: "estás presa", diziam-lhe - "deixaste o coração muito para lá dos dedos". 

[no corpo crescem segredos das horas que constrangem. a rasgar as certezas quando as tuas mãos se agitam em saudade no meu peito.]

as palavras, à solta, que são os tons da tua voz que ainda não sei como escrever, nesta morada sem tempo. persistir entre a realidade dos dias e a promessa do mar imenso - a ânsia das marés, a escrever que nada importa. 

e que tudo o que existe se suspende na poesia da tua boca.
tudo recomeça no desejo através dos mesmos dedos - saltar entre a realidade dos dias e a promessa do mar imenso, do remanso do meu corpo.
saber do que nos habita. escrever os meu olhos no teus, escrever tudo o que é (in)finito no ser. 
por vezes caía. tropeçava nos sonhos em fila de espera. a memória a queimar o peito, a ficar sem pele. a deixar de sentir. 
escreverei então sobre o desassossego, quando me percorres os silêncios e me transformo em nascente


quinta-feira, 23 de novembro de 2017


Vinícius de Moraes & Tom Jobim

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

[são 06.02 de um dia qualquer - como qualquer outra madrugada...]

por mais que corra por mais que aguarde
quando sei de mim, é esse o tempo em que as horas se rendilham nos bilros de todos os lugares doridos,
onde respiro vento, mar, naufrágios e esquecimento. 
onde os tendões se azulam  e prendem todos os poemas, palavras e madrugadas, a desaparecer entre as linhas.

um dia – e tudo muda. (o coração acorda, e a memória também)