mora um silêncio dentro de mim, onde habita o sonho e o pesadelo, as marés e os ventos. disse-to, com os olhos a fecharem-se, que naufragava sempre que arriscava o fundo, no abismo dos teus lábios. para além do que é não saber, a tentação em queda livre.
demora-se muito tempo este aprender de silêncios, a permanência de paisagens devastadas por um corpo.
[era o tempo dos dedos entrelaçados e das lágrimas, que se oferecem quando os corpos permanecem num só]
eu sei, eu sei que um dia hei-de escrever poemas na tua pele,
[mas talvez te peça emprestadas as palavras, de memória e ternura]
para que regresse sempre a quem sou.
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Atravessas a água baixíssima
e as imagens começam a rodar nos dedos.
Levas as mãos à cara, procuras uma linha,
um traço antigo gravado pelo fogo.
Paras diante do total esquecimento.
É hora de bordar um outro movimento no espaço.
Levas a agulha à pele virgem e escreves
- Inicias o segredo.
Vasco Gato
e as imagens começam a rodar nos dedos.
Levas as mãos à cara, procuras uma linha,
um traço antigo gravado pelo fogo.
Paras diante do total esquecimento.
É hora de bordar um outro movimento no espaço.
Levas a agulha à pele virgem e escreves
- Inicias o segredo.
Vasco Gato
#divã_depressão_veterinária
#a_mirabolante_vida_dum_médico_veterinário
Contado na primeira pessoa e gentilmente cedido pelo colega Sergio De Faria.
"E então chego para o trabalho de manhã, a minha colega foi viajar, a enfermeira está atrasada, faltam 10 minutos para a clínica ser aberta e o gato internado está a espera, ansioso para ter sua algalia retirada da bexiga. O gato é manso, então eu faço sozinho, pensei eu. Viro-o de pernas para o ar, ele reclama um pouco, corto um ponto, corto o segundo e no terceiro meto a tesoura na algália e a mesma fica dentro do pénis. Lembrando-me da dor de cabeça vivida por uma colega em uma situação semelhante, o meu "OMFG!!!!" foi instantâneo. Ninguém na clínica nem mesmo para segurar o gato enquanto eu pegaria algum equipamento, as duas mãos ocupadas e eu a falar para o gato "Pelo amor de Deus, colabore!!! Deixe-me pelo menos pensar no que fazer, please!!!!" As duas mãos ocupadas a imobilizar o gato e "quem sabe a auxiliar chega"...E nada, nada...e então consigo com apenas uma das mãos expor o pénis dele e via-se 0,01mm da algália para fora. Não tive alternativa, fui com a boca. Na primeira tentativa, mordo a ponta do pénis, o gato pula e não consigo. Ele se acalma, consigo reposicioná-lo, para a minha felicidade a algalia ainda estava visível, nova tentativa, desta vez palpo a algalia com a língua para ter a certeza de que desta vez eu não mordo o pénis do gato e retiro a desgraçada...
Após uns minutos sentado ao chão "a reflectir", levanto-me e vou para a pia lavar a boca, tendo acabado de descobrir que a urina do gato não tem somente o cheiro forte. Tem o gosto também."
#nãohátantumqueresolva
#a_mirabolante_vida_dum_médico_veterinário
Contado na primeira pessoa e gentilmente cedido pelo colega Sergio De Faria.
"E então chego para o trabalho de manhã, a minha colega foi viajar, a enfermeira está atrasada, faltam 10 minutos para a clínica ser aberta e o gato internado está a espera, ansioso para ter sua algalia retirada da bexiga. O gato é manso, então eu faço sozinho, pensei eu. Viro-o de pernas para o ar, ele reclama um pouco, corto um ponto, corto o segundo e no terceiro meto a tesoura na algália e a mesma fica dentro do pénis. Lembrando-me da dor de cabeça vivida por uma colega em uma situação semelhante, o meu "OMFG!!!!" foi instantâneo. Ninguém na clínica nem mesmo para segurar o gato enquanto eu pegaria algum equipamento, as duas mãos ocupadas e eu a falar para o gato "Pelo amor de Deus, colabore!!! Deixe-me pelo menos pensar no que fazer, please!!!!" As duas mãos ocupadas a imobilizar o gato e "quem sabe a auxiliar chega"...E nada, nada...e então consigo com apenas uma das mãos expor o pénis dele e via-se 0,01mm da algália para fora. Não tive alternativa, fui com a boca. Na primeira tentativa, mordo a ponta do pénis, o gato pula e não consigo. Ele se acalma, consigo reposicioná-lo, para a minha felicidade a algalia ainda estava visível, nova tentativa, desta vez palpo a algalia com a língua para ter a certeza de que desta vez eu não mordo o pénis do gato e retiro a desgraçada...
Após uns minutos sentado ao chão "a reflectir", levanto-me e vou para a pia lavar a boca, tendo acabado de descobrir que a urina do gato não tem somente o cheiro forte. Tem o gosto também."
#nãohátantumqueresolva
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