sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

alguma coisa tem que ser verdade - o amor que se sente, o significado do que é importante. os desejos que se mantêm aprisionados aos sonhos. a contabilização dos gestos. o compromisso entre o tudo e o nada.

[estar suspensa no ar, nesta tarde de azul povoada de calor]

voo por cima do rio, por cima da cidade onde descansam os que amo. por cima da vida que deixei suspensa, entre o infinito e o vazio, entre a saudade e a eternidade.

despenho-me sem saber o que dizer, no abraço que não me deste - deixar sair o que já não tem espaço dentro de mim [choro]

é a despedida? é a vida despovoada de palavras que perderam o peso? é perdermos-nos no ciclo dos sentidos? é o (sis)simular o significado dos silêncios, dos teus olhos de sempre, do cheiro de cada partícula se ti?

[o abraço que me faz acreditar em cada dia que passa]

medir-me
pela grandeza
da indecisão
simplesmente fechar os olhos e aguardar. que não se viaje nos sentidos contrários, que não se veja além do momento imediato

despenho-me no turbilhão do medo, as lágrimas pelas quais deslizo de encontro a vida.

sem ti não sei que raízes lançar, porque roubaste parte de mim e fiquei presa pelo fio que me liga à consciência - saudade

[é o mar, é a lágrima?]

sei que amar-te é quando as horas do dia se colam ao sono

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