sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

hoje é sexta-feira. hoje

[por enquanto]

permanecem os estilhaços sob a epiderme.
a cada sexta-feira o medo rima com a ausência e há uma fraqueza a querer ser poema. trago no peito um coração que sangra nos vazios por preencher.
respiro solidão e responde-me o silêncio, quando a aflição se faz amante da desordem do amor.
hoje é sexta-feira e respiras-me o meu nome. tudo está igual, permanece o toque na pele e o teu cheiro, o teu olhar a transpor-me todos os silêncios

é o pesadelo a desarrumar-se em conforto
é o coração a bambolear-se em saudade
é o pânico feito noite na esperança duma vida em retalhos
é o vento tricotado em amanheceres contínuos
é o corpo dentro do sonho por hoje ser sexta-feira

é o tudo e é o nada.
e percorro o meu destino quando que dizes que me amas

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